Linha 1 Linha 15 Linha 17 Linha 2 Linha 3 Linha 6 Metrô

Presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira, é entrevistado pela Revista Ferroviária

Presidente do Metrô Silvani Alves Pereira
Presidente do Metrô Silvani Alves Pereira

Na edição de março/abril de 2019 da Revista Ferroviária, o Presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira foi entrevistado. Diversos temas foram abordados. Excelente entrevista. Há outras matérias também muito interessantes como a de capa da revista: “Automóvel: vilão da mobilidade”.

A entrevista começou contanto um pouco de sua trajetória profissional na secretaria executiva do Ministério das Cidades e presidência do Conselho de Administração da CBTU e a presidência do Conselho de Administração da Trensurb. Já foi também secretário municipal de saúde, secretário de estado, superintendente da Caixa Econômica Federal em Goiás, Espírito Santo e Sergipe e chefe de gabinete do presidente da Caixa, onde de acordo com ele “há operações voltadas para infraestrutura, não de forma direta com trilhos, mas infraestrutura de uma maneira geral

Quando perguntado da experiência no Ministério das Cidades para a atuação hoje no Metrô de São Paulo disse: “nosso trabalho foi desburocratizar áreas de interesse do ministério, que inclui o segmento de mobilidade urbana, para permitir que o investimento chegasse de forma mais rápida.

A entrevista está muito boa e detalhada. Recomendo a leitura completa. Aqui, traremos alguns pontos que consideramos importantes das obras e projetos do Metrô:

Linha 6

Sobre a criação de uma subsidiária para destravar a Linha 6 Laranja, Silvani disse: “Isso é uma decisão do governo do estado (…) a concessão foi feita pelo governo. O Metrô não tem participação nesse processo. O Metrô pode ter participação caso surja um novo arranjo e o governo entenda que é necessária a participação do Metrô

CBTC

Sobre o CBTC, Silvani disse que “previsão é que no fim de 2020 todas as três linhas já contem com esse sistema. (…) Na Linha 2 já operamos com CBTC há dois anos, o que falta mesmo é um upgrade dos sistemas, que deve ser concluído em setembro deste ano

Linha 17

Sobre a Linha 17 Ouro, foi questionado as obras paradas e Silvani cita a nova licitação para conclusão das obras do contrato principal e fala sobre o Pátio, que acompanhamos bastante no Ferroviando, e sobre as Estações diz que “as estações que continuam normal, hoje a parte de engenharia, de obra civil das estações, do pátio devem estar com mais de 90% de obra concluída. Então, o que vamos fazer é licitar aquilo que falta, que é o sistema, o material rodante e a parte de viga

Também foi perguntado sobre conversas com BYD Brasil, e diz que o que havia era a possibilidade de troca da Scomi pela BYD, pelo Consórcio Monotrilho Integração (e não pelo Metrô), mas que com a rescisão unilateral do contrato, afirma que isso não está mais em discussão, afinal será feita uma nova licitação.

Ele também responde sobre a dificuldade de substituir o fabricante dos monotrilhos:

A dificuldade existia antes. A Scomi não tinha o trem e já tínhamos as vigas. Então, a necessidade de se produzir um trem para aquela viga não mudou, existia antes e continua agora. Vai ser feita uma licitação para atrair empresas interessadas em produzir esse material rodante dentro das especificações”

Novos Trens

Silvani diz que está em estudo a nova forma de compra dos novos trens e que os estudos recebidos não foram suficientes e estão agregando mais informações para a tomada de decisão, que de acordo com ele será ainda esse ano. Diz também que com a implantação do CBTC, será possível aumentar a quantidade de trens: “O que eu posso dizer é que serão mais do que 19 trens

Linha 2

Sobre a extensão da Linha 2 Verde, que divulgamos com exclusividade que a emissão da ordem de serviço foi adiada em mais 6 meses, Silvani diz:

“a Linha 2 é um projeto que está sendo discutido com o governador. (…) O governador vai analisar junto com o secretário Alexandre Baldy, para decidir quais projetos serão priorizados

Concessão de linhas

Silvani diz que desconhece qualquer intenção de conceder as Linhas 1 Azul, 2 Verde e 3 Vermelha

Metrô

Quando perguntado sobre suas visitas aos outros metrôs do mundo e fazendo uma comparação com o Metrô de São Paulo, Silvani diz que

em termos de operação de serviço o Metrô de São Paulo não deixa a desejar, eu diria, que para quase nenhum Outro metrô do mundo. Nós temos pontualidade, um sistema regular de prestação de serviços, ou seja, em torno de 110 a 120 segundos, e que para o sistema que a gente está operando é uma das melhores réguas que a gente identifica por aí. A qualidade das nossas estações não deixa a desejar a nenhuma estação de qualquer outro metrô, a acessibilidade também, o Metrô de São Paulo é excelente, você tem escada rolante, elevador. Então, são questões importantes destacar até por que muitas vezes as pessoas acham que o que é bom só está lá fora. Nós temos, sim, algumas questões urgentes

Portas de Plataforma

Silvani responde quais seriam uma das questões urgentes:

o que é mais urgente hoje são as portas de plataforma, para dar maior segurança para os usuários do sistema, como também permitir uma circulação e operação de trens com mais regularidade do que já se tem hoje. Qualquer objeto ou intervenção que aconteça na via, você tem que fazer redução de velocidade e isso impacta na operação e a porta de plataforma vai nos ajudar muito nisso. Ou seja, aumentar ainda mais a nossa regularidade e a segurança para o cidadão

Outros assuntos do Metrô

Silvani também falou sobre o Metrô Consulting, receitas acessórias, sobre o acidente da Linha 15 Prata, sobre a concessão da linha e outros assuntos

Recomendo que leiam a entrevista completa da Revista Ferroviária.

Para concluir deixo a frase mais importante na minha opinião, do Presidente Silvani:

O foco é o fortalecimento do Metrô enquanto uma empresa que tem autonomia financeira, para que ele possa através de parcerias ou de ações próprias, gerar recursos que permitam investir na qualidade do serviço e, quem sabe, até na expansão do serviço

blank

Fernando

É engenheiro por formação e entusiasta de obras de mobilidade urbana. Utiliza transporte individual na maioria das vezes mas acompanha e sabe da real e urgente necessidade de investimentos em infraestrutura e principalmente em transporte público aliadas com políticas públicas de redução da pendularidade do sistema de transportes

8 comentários

Clique aqui para deixar um comentário

  • A Coréia do Sul começou a construir seu metrô praticamente no mesmo ano de São Paulo, mas hoje tem três vezes mais!

    Faltou informar no texto que assim como ocorre em Seul , e na maioria dos metrôs mundiais, seus componentes são padronizados, o que além da economia facilita em muito a manutenção e a facilidade de se usar o mesmo material em todas as linhas, enquanto aqui temos diversidade de bitolas, largura de carruagens, alimentação elétrica, ou seja na contramão das tendencias mundiais.

    • Padronização não influi em quase nada. Leoni, queria saber que tendência mundial é essa que você não consegue explicar. Em tudo quanto é site sobre metrôs você aparece com essa teoria mas não consegue prová-la.

      Vejamos:

      – Paris tem metrô com pneus, metrô com roda de aço, alimentação por dois tipos diferentes de terceiro trilho;

      – Londres tem carros articulados (sob um mesmo truque) e trens unidade convencionais;

      – Nova Iorque divide suas linhas em duas divisões (A e B), pois trens de uma divisão não cabem na outra. Os trens da divisão A tem 2,67 m de largura por 15,54m de comprimento. Os trens da divisão B tem 3,05 de largura e entre 18 m a 22 de comprimento;

      – O Metrô de Tóquio tem duas bitolas (igual São Paulo). Em Tóquio também tem trens de alimentação em catenária e terceiro trilho (igual São Paulo);

      – Em Singapura, os trens do metrô circulam em formação de 3, 4 e até 6 vagões de passageiros. Lá os trens também tem diferenças na alimentação elétrica (750 V para algumas linhas e 1500 V para outras);

      – Em Seul, das 9 linhas de metrô apenas 3 tem tem ATO e as demais CBTC;

      Então aonde está a padronização mundial que você tanto apregoa?

      Aqui só se usou a bitola larga no metrô por lobby de fabricantes nacionais (mesmo sabendo que isso encarece o projeto dos trens). O uso de bitola internacional é um acerto, pois diminui o tempo de fabricação dos trens, reduz custos e permite que um maior número de fabricantes dispute as concorrências.

      Como vemos, essa pretensa padronização de tecnologias não existe e não influi na expansão das redes de metrô mundo afora.

      E essa comparação entre Seul e São Paulo é inviável. A Coreia é um país pequeno quando comparado com o Brasil. A Coreia do Sul tem apenas 5 cidades com metrô. No Brasil são 8 cidades com metrô. E no final do século XX apenas duas cidades coreanas tinham metrô, enquanto aqui já eram 5. Existem questões políticas, econômicas e sociais complexas demais para poder comparar a expansão de metrô entre cidades. Essas comparações só servem para alimentar sensacionalismo.

      • Ivo,

        Agradeço seus comentários, e com relação esta sua afirmação ao meu respeito de que eu não consigo provar minhas teorias, aqui está um site em que você poderá consultar quanto ao custo de que o truque em bitola de 1,6m é próximo ao de 1,435m é o http://www.marcusquintela.com.br.

        Agora vou te apresentar uma novidade; Por ocasião do ano de 2011, quando soube de que o Metrô do Rio pretendia mudar a especificação da Linha-4 para 1,43m para ser igual a de SP , entrei em contato e junto com um blogueiro Miguel Gonzales do Metro do Rio.com (Não oficial), junto com ele fiz ver a insensatez, hoje passados 8 anos e a Linha-4 já funcionando iguais as existentes, e é possível se utilizar sem transbordo as três linhas que se interpenetram.

        E hoje modéstia a parte nossa intervenção foi considerada produtiva e recebemos muitas congratulações!

        Tais fatos você poderá comprovar visitando tais blogs, pois está tudo registrado!

      • Na atual situação financeira do país é importante e imprescindível que se faça a retomada ultra seletiva pelos projetos que possuam reais consistências de retorno do investimento, e não de forma simultanea e aleatória como acontece no presente.

        É fundamental em engenharia que construção e montagem devam ter seu planejamento e organograma cumprido dentro do prazo e não se adicione inúmeros aditivos alterando o orçamento original, e nãose inicie uma obra sem concluir e abandonar a que se está executando o que tem ocorrido frequentemente.

        Também neste principio, existe um jargão que diz;

        “Em engenharia, quando a construção e montagem inconclusas conforme o planejado, os gastos com ás desmobilizações, retomadas mobilização, a única coisa certa é o prejuizo”

        “Quando não se aprende com os erros do passado, corre-se o risco de repeti-los no presente”

  • Com relação a extensão da Linha 2-Verde após inumeráveis adiamentos, é pedido mais 6 meses.

    Das múltiplas obras incompletas do Metrô / CPTM, entendo ser esta a prioritária, pois a maioria das desapropriações já se encontram concluídas, pois tem por finalidade a ligação com o município de Guarulhos que não possui Metrô, além de cruzar e aliviar com a Linha 3-Vermelha, sem dúvida a mais saturada do sistema!

error: Alert: É proibida a cópia de conteúdo